Medo da Verdade
Foi na tarde, chuvosa de segunda-feira, no recreio
da escola que aconteceu a maior briga que pude ver em toda a minha vida era um ring, de um lado o Valentão Lucas e do outro lado o um garoto mirado de óculos novo na escola.
Em volta dos briguentos havia um paredão humano, que gritavam briga, briga.
O pátio da escola era tão grande que caberia mais de 1000 alunos, o inspetor parecia um salva vidas, mas desta vez ele não chegou a tempo , de impedir a briga. Eu não me orgulho do que fiz, parado lá apreciando o show de horrores, durante o tempo do espancamento eu vi tudo, fiquei agachado encolhido assistindo aquele horror.
Quando o diretor se aproximando com sua voz de trovão, o paredão acabou e o silêncio foi total. Pode acreditar!
O pobre do menino sangrava pela boca, seus olhos, estavam enxado e não enxergar quem o agrediu.
Quem fez isso? Gritou o diretor olhando para todos no pátio, ninguém vai me dizer: gritava o diretor .
Até que uma voz rouca no
meio da multidão, disse: foi esse ai, e
apontou em minha direção.
Primeiro, senti um frio na barriga e depois um tremor na boca, ouvia até o meu coração bater tum,tum,tum...
Rapidamente neguei, não fui eu, minha voz já
estava tremula de medo ,neguei novamente.
Foi ele sim,__ disse
outro garoto, ele fechou os punhos, mandou o moleque tirar os óculos e bateu,
mas bateu mesmo, agente falou para ele parar, parecia um boxeador profissional, ficamos com muito medo dele, os outros garotos confirmavam a mentira.
Era tarde de mais, já
estava difamado.
Foi então, que o diretor me pegou pelos braços até a sala do laboratorio onde ficavam as cobras e aranhas gigantes, e diante da porta ele disse: vamos valentão, confessar logo o que você fez ou ficara lá dentro. Doule a última chance de confessar.
A minha professora disse: quem diria Carlos Jorge, logo
você um exemplo de aluno ,só tira nota boa .
E aquela voz rouca falou: sempre tem a primeira vez dos bonzinhos professora e sorriu. Àquela altura! Eu me perguntava, como fui parar nesta confusão.
Fiquei ali, aguaichado com as mãos na cabeça, totalmente paralizado mergulhado no medo.
E foi com fiozinho de voz, que confessei um crime que não cometi.
Não me julguem colegas !
Embora não fosse um garoto popular,todos me conheciam, mas ninguém me defendeu .
Contei tudo para minha mãe, que me prometeu que tudo ficaria bem. Quando amanheceu eu e minha mãe fomos até a escola em busca da verdade que foi forjada.
Para minha surpres, uma denuncia anonima me inoncentaram os dois garotos estúpidos foram descobertos,quanto a sala das cobras e aranhas o diretor foi advertido e nunca mais os alunos foram ameaçados.
Eu aprendi que a verdade sobrevive!
( Desenho do texto pertence ao Ilustrador Well Gama))
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