Dedim de Prosa


A ESPERA DOS 50

Faltam 1.245 dias e seis horas para completar meus 50 anos! 
Minha vida é um livro aberto, então lá se vai mais uma página...
Não quero pensar nos meus cinquenta anos como um dia qualquer, por isso estou me preparando para este dia, vivendo intensamente o final dos quarenta. ...
Tenho notado algumas mudanças: os cabelos tem uns fios brancos que me dão um certo charme, pintas que insistem em aparecer, já não me chamam de menina, moça, jovem, só de Senhora.
Mas confesso: Eu gosto!
Os filhos já andam sozinhos e escolhem suas próprias roupas. Troquei os parques de diversões por cinemas, teatro e restaurantes a dois, CLARO! ! Os olhos amadureceram junto, precisando de uma lente para perto e outra para longe, acho que é melhor, pois agora enxergo bem e escolho o quero ver.
Os sonhos... Ah! Esses, Papai do Céu já realizou uma porção.
Já não sou imediatista...Tomo decisões com muita, muita cautela.
Bom!Quero chegar aos 50 assim: virando as páginas do livro da minha vida muito mais experiente, com muito mais certeza...Sabe, estou gostando muito.
Esperando 2019 chegar!! Pra fazer aquela festa.. .


 O peixeiro apaixonado
    Abri a porta do meu carro e ali estava ele,diante de uma barraca de peixes, todo vestido de branco,cheio de pulseiras e não lhe faltavam anéis em cada um de seus longos dedos. Era um vendedor de peixes. Sua barraca tinha diversas espécies de peixes do mar: Agulha - Badejo - Dourada - Capatão - Robalo - Raia - Rodovalho - Ruivo - Solha - Carpa - Safio ... ele cantava e atraia à atenção dos passantes.
Gritei:
__Ei! Ei! Cante músicas de peixes.
O senhor que ali estava disse:
__Ah, imagina! Esse ai é o cantor apaixonado, só canta  música de amor.
O então cantor se aproximou.
__Eu sou O PEIXEIRO APAIXONADO. Já gravei um CD, eu mesmo vendo.
__Então o senhor é um artista. Ironizei.
 __Sim e Não!__disse ele.
__Como assim? Perguntei.
___ É que não... não... me apresentei em público ainda.
___ Como não, o senhor esta em uma feira livre, onde passa todo tipo de público.  Adverti ele.
__Negativo, digo a você. Aqui sou discreto, e no palco ai sim, vou cantar de verdade. 
Tirou do bolso um CD, todo cheio de brio, mostrou e ainda  deu uma palhinha da única música de sua autoria.
O pasteleiro que estava próximo riu e disse:
__ Só pode ser pirata!
O peixeiro fez um gingado de capoeira, e disse:
__ Cara, “cê” tá louco, me respeita, eu sou um pai de família! . Na sua mente povoa só maldade, comi o pão que o diabo amassou para dar vida ao meu CD, digo a vocês que aqui me ouve, sou sujeito honesto. Retrucou.
Para semear a paz, disse ao peixeiro apaixonado que desse mais uma palhinha da sua música.
E ali, sem perceber o peixeiro apaixonado cantou como num palco, entusiasmado, e todos que passavam ficavam enamorados. 
Que simplicidade! 
Aquele homem cantava sobre o grilo apaixonado!!! 
Que paixão, o seu canto transmitia, sua voz ecoava na rua como poesia. 

Long life aos Grilos do Mundo



 


AUTOBIOGRAFIA

Nasci em São Paulo, no mês de novembro de 1969. Foi na virada da década, que o Brasil se consagrou com a Vitória da Copa de 1970, o tão sonhado Tri campeonato.  Não me lembro das comemorações. Claro! Mas vibro até hoje por saber que já havia nascido.
Durante a minha infância eu e meus cinco irmãos nos divertíamos com muitas brincadeiras, de pega-pega e esconde-esconde, mas o que gostava mesmo de fazer, era colecionar... Sim, isso mesmo, colecionava tudo, tudo que encontrava na escola, na rua ou em casa, era uma verdadeira garimpeira de objetos brilhantes... Meus avos sempre me apoiavam no garimpo, nos visitava sempre e traziam algo interessante para minha coleção. Foram pessoas pontuais em toda minha infância, contavam histórias magníficas que pareciam reais, e eu ficava fascinada em escrevê-las. A minha mãe era uma mulher linda e sei que minhas madeixas herdei dela, meus irmãos não tiveram a mesma sorte. Minha maior decepção foi a separação dos meus pais, que só foi superada três décadas depois. Minha adolescência foi curta, mas intensa..Amadureci. Passar por estas decepções me motivaram a escrever, comecei a escrever cartas, mas não postava para ninguém, todas iam para uma gaveta e la ficavam.  Fiz escolhas bem precoces, todas muito importante e  motivadas por Amor a Deus.A Carreira que queria seguir  já estava quase escolhida, então veio a confirmação, fui trabalhar como auxiliar de recreação infantil. Identifiquei-me rapidamente com o mundo das crianças e logo veio a confirmação daquela profissão. Aprender a ensinar. Sim!! Sou Professora com muito orgulho e apaixonada pela educação...Aos 16 aninhos fui despertada por um homem lindo, casei-me e foi por amor..Não foi a primeira vista, acho que foi no quinto encontro. Os frutos deste amor são nossos três filhos: Andre Luiz,Rebeca e Gabriele e estamos juntos há 30 anos. Enquanto crescia dentro do meu casamento, encontrei inúmeras dificuldades, fracassos, e sucessos. Claro!! Comecei a escrever, com desejo de publicar um livro em 1994, mas era um sonho embrionário, não compartilhava com ninguém o que escrevia, tudo era guardado na gaveta. Lentamente fui publicando em redes sociais as minhas crônicas, reflexões e artigos, que por muitas vezes foram elogiadas. Atualmente estou finalizando um livro infanto-juvenil ( A Boneca de Pano do Fundo da Caixa) será publicado ainda neste  primeiro semestre de 2016. Minha frase predileta é da letra da música de Roberto Carlos e Erasmo.    “É Preciso Saber Viver”






O LIVRO QUE ME FEZ CHORAR

No ano de 1980. Como aluna da 3º série do 1º grau, já tinha meus sonhos, ambições e lamúria.
Nada que uma boa  conversa entre família não resolvesse, isso se tivesse  compartilhado em casa, as minhas angustias.
Mas, nunca fui de divulgar minhas fragilidades, então sofria calada.
Naquele ano inteiro, estava predestinada a estudar o livro escolhido pela professora Maria.
Lembro-me de leva-lo todos os dias para a escola e trazê-lo de volta, afim de desvendar o grande mistério que continha nele.
Foram dias, noites, semanas e meses me debruçando a estuda-lo sozinha.
Ele me fazia chorar muito, a cada página, porque era um livro cheio de mistério, drama e operação.
Estuda-lo todos os dias reportava-me a situações problemas, que eu vivia em casa, sem encontrar a solução. Eu bem que sabia que compreender tudo que estava  naquele livro, daria uma compreensão de mundo e seria decisivo para minha vida escolar.
As pessoas que sabiam o quanto aquele livro me abalava era a professora MARIA e minha amiga Regina. As duas entendiam o sentimento que ele me causava.
 Mas nem por isso, a professora livrou-me dele.
As vezes ele me causava medo, outras raiva.
Só quando terminei a leitura do livro e que senti  uma baita alegria.
Não se trata de um romance, ficção, terror  ou diário, era uma livro de 48 páginas, que tinha um menininho de óculos na capa, com cara de sabido. 
Era um livro de Matemática. Surpresos, Né!!
Mas, só foi naquele ano.
Este  trauma, já superei !

Querida professora
 
Espero que esta ao chegar a encontre muito, muito  feliz. 

A última vez que nos vimos foi no ano de 1974 e já se passaram quarenta longos anos. 
Quero desculpar-me pela demora desta carta, muitas coisas aconteceram desde então, mas hoje  quero lembrar um pouco de você, dos seus lindos cabelos encaracolados,  seus olhos pretos e de sua docilidade... E, principalmente, da sua aula, nossa! Que aula perfeita... todos os dias começava  com um bom dia sorridente e cheio de esperança.
 Você deve lembrar-se das inúmeras vezes que me ensinou a matemática, a tabuada, então, que eu nunca conseguia decorar, não acertava uma  pergunta na chamada oral... Meu Deus!!! 
Sua preocupação comigo era nítida,  sempre me avisava para estudar um dia antes.
 Na aula de  leitura,  era um desastre, mas você sempre tão gentil, mandava ler pertinho dos seus ouvidos, pois  sabia que  eu  lia de soquinho e assim não passaria vergonha na sala.  Obrigada por sua dedicação especial por mim!!!
A minha letra era horrível, um garrancho,agora sim melhorou muito, claro que os cadernos de caligrafia  deram resultado.
Confesso que muitas vezes achei que você ia desistir de mim...
Mas não desistiu, de nenhum aluno. Que lindo!!!!
Com sua voz lírica cantava a música:  "A Estrela Dalva no Céu Desponta" e nós,tínhamos que acompanha-la, com uma batidinha de leve,TAM, TAM,TAM...   na carteira com a tampa da caneta...
Parecia um canto do céu!!
Você era meio mágica, meio mãe, meio amiga e conselheira também...Ir para escola todos os dias era uma delicia.
Mudando de assunto. Não posso deixar de te contar o que aconteceu comigo ... Segui os seus conselhos..
Continuei e continuo estudando...
E assim como  você não sai  da escola ...
É que sou professora também...
Vou terminar por aqui, você sabe como são as professoras sempre tem um caderninho para corrigir...
Até mais
Um abraço
Sua eterna aluna .



BICHO DE ESTIMAÇÃO

Foi-se o tempo em que  bichinho de estimação era um gatinho, cachorro, papagaio e  até periquito.
Hoje vou contar para vocês a breve história de SHIRLEY, uma jovem fanática por seu bichinho de estimação.
Trata-se de uma mulher  a beira de um colapso nervoso.
Durante uma viagem de trabalho pegou uma Vam (ônibus de transporte) com as amigas que tinham como destino um Curso de Formação em Matemática, tudo estava muito bem até que o condutor freia bruscamente e das mãos de Shirley salta seu bichinho de estimação, o celular... Ela   gritou mais gritou mesmo.
__Para esta Van, imediatamente!
Durante alguns segundo o grupo ficou em silêncio, os pensamentos foram povoando a mente de todos ali.
E com um fio de voz, Shirley  diz:, cheia de sentimento:
__Meus olhos estão cegos por não tiver meu filhinho. E olhava para o chão.
O Motorista até se sensibilizou e disse:
__ Antes de chegar a boca da noite nós salvaremos seu celular!
Para desespero de SHIRLEY, o seu bichinho caiu no vão da Van, (um pequeno espaço que so abrindo a porta seria possível pegar) totalmente fora de alcance de suas mãos, os seus nervos estavam em frangalhos.
E durante toda viagem ouvíamos o celular vibrar, como se tivesse se comunicando com sua dona, brim, brim, brim que por sua vez respondia “calma, calma... meu filhinho, mamãe já vai.”
Aquela situação era cômica. 
A mulherada tentava distrair a dona do celular com balinhas, pirulito e piadas, mas de  nada adiantava.
 SHIRLEY ficava se esticando, ESTICANDO, para alcançar seu bichinho de estimação.
Finalmente chegamos ao destino. Ufa! Alívio geral.
Ainda bem! 
Ninguém aguentava mais tanta lamuria e SHIRLEY lançou-se para fora da Van e agarrou com unhas e dentes seu bichinho de estimação.
E todos viveram felizes para sempre.


EU NUNCA MAIS FUI A MESMA MULHER.

Luz câmera ação.
A sombra cremosa com batom framboesa, blush líquido acompanhado de iluminador em pó...
Sim! 
E é claro os brincos e acessórios nunca mais me deixaram.
A melhor temporada da minha vida estava só começando. Coisas incríveis estavam para acontecer.
Estava prestes a ganhar um presente, precioso de Deus: meu primogênito...Meu querido Andre Luiz, cercou-me de alegria, dia após dia. Comecei a desfrutar as vantagens de ser Mãe, deliciosa fragrância que me dominou.
O meu Look mudou, para melhor.
Brincamos, vivemos intensamente aqueles oito anos juntos. Só nos dois. Suas primeiras palavras foram “pipa”, mas em seguida foi “mamãe você é linda”. Ufa! ainda bem.Poucas pessoas tem uma segunda chance e eu fui uma dessas.
Ual!!! 
Foi uma surpresa, nasceu uma linda menina que trazia em sua face toda beleza do pai.
Continuei moderna e charmosa.
 Andre e Rebeca cresciam juntos e tomavam o tempo mais precioso da minha juventude e eu, tinha a valiosa presença da minha saudosa Mãe.
Estava tudo perfeito!
Eu mais sofisticada e elegante que nunca.
Mas três sempre foi meu número preferido.
E Deus me presenteou com uma ma chérie, uma pessoa querida, Gabriele a terceira filha de Valdemar.
A brisa matinal daquela manhã era diferente.
Sim!
Nasceu uma linda e iluminada menina.
O resultado de tudo isso.
Horas!
Foi um LooK fantástico.
Pele hidratada diariamente com carinho.
Com sorriso de lábios fechados recebo, beijos e mais beijos.
E as três deliciosas fragrâncias, fazem-me sentir alegria, entusiasmo, inspiração e vida.
Ao lado claro, do lindo progenitor desta galera.
Obrigada, Muito obrigada Meu Querido Deus...









SONHO DE MÃE
Uma mulher que esquecia de si mesma.
Um dia, uma Mãe, que estava acometida por uma doença a alguns anos, em seu momento de descanso e total lucidez, fez uma pergunta a sua filha.
__Filha qual é o seu sonho?
Um silêncio pairou no ar.
A mãe sem perceber que a filha ficou sem resposta, repete a pergunta.
__Filha qual é o seu sonho?
A filha teve tempo para pensar na melhor resposta para a sua mãe.
Porém, após uma breve reflexão, concluiu: Não sabia o que  responder.
Pensou então: Que venha a cura da sua doença.
Que não tenha mais dor...
Que realize seus últimos sonhos...
Que tenhamos mais tempo juntas...
Que veja seus netos e bisnetos nascerem...
Sua mente sofria.
A Mãe, a espera de uma resposta, suspirou.
A filha então ficou muito envergonha, pois naquele momento, achava que deveria dizer sobre cura, dor ou sonhos. Mas no fundo, não era o que pensava, pois achava que Cura não era para ser um sonho, pois Sonho é o mesmo que devaneio, ilusão ou ficção.
A Mãe, a espera de uma resposta, olhou fixamente para sua filha. E a filha respondeu:
__Ah! Mãe!O meu sonho é ser uma escritora.
A Mãe sorriu aliviada e disse:
__Minha filha, o meu sonho é que o seu sonho se realize.
Aquele momento foi único.
Simultaneamente houve uma cumplicidade. 
Uma comunhão. 
No íntimo, buscavam as mesmas coisas.
E assim sonhei, mas nunca só. Realizei muito dos sonhos...dos nossos sonhos.
Dos sonhos que sonhamos juntas, eternamente Roemary, mãe amada.





Dedim de Prosa


BAÚ
Abrindo o velho e esquecido baú que guardara no lado esquerdo do peito, as lembranças foram saindo uma a uma.. parecia uma nuvem de borboleta coloridas, que voavam no mesmo lugar.
As lágrimas escorriam em na minha face, resolvi guardar algumas em um vidrinho de perfume que tinha em casa.
Convido você, para fazer uma viagem comigo no ano de 1986. Precisamente há 30 anos atrás.
Onde você morava?
Como era sua vida com sua família?
Onde você estudava?
Quem eram seus amigos?
Quais eram seus planos?
Ah! Ja era casada? Tinha filhos, quantos?
Bom no meu baú, encontrei aqueles conselhos, que só quem te ama muito e que dá...
Lembro-me de cada um deles,com muito muito carinho...
Vida Longa as lembranças...
segunda-feira, 18 de abril de 2016

"Dedim de Prosa
Flores de Aço
Na década de 80, uma senhora muito sábia indagou-me “Você conhece flores??”
Respondi “Sim, margarida, cravo, rosa, tulipa.. .”
Nossa você conhece muitas flores, disse a senhora.
“E a flor de aço” questionou ela, “Você conhece?”
Respondi que não.
Fiquei, imaginando, que flor é essa.
“Então”, começou a mulher, “Vou lhe descrever uma flor de aço e você vai descobrir se conheceu ou não”.
“Ela é bela por dentro e por fora, resistente a tempestade e furacões, sorri e chora, vive nas 4 estações do ano, dá frutos perfeitos, alimenta todos que se achegam a ela. Reverência o seu criador sempre. Seu sustento vem de horas e horas de oração, da leitura diária das palavras de Deus...”
Enquanto ouvia a linda descrição, remeti minha memória em uma flor de Aço com quem tive o prazer de conviver: Minha mãe.
No mundo temos um jardim de flor de Aço.
Uma Geração forte que resiste a crise e tempestade.
Por que??
Simples, porque temos o DNA de Deus.
Um Cheiro para Você, que é uma flor de Aço.(Rô Santana)


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